As conclusões da 12ª edição do Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos (EPT), publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), mostram os resultados da educação no mundo obtidos em 15 anos em diversos países.
O prazo foi até 2015 para o cumprimento dos seis objetivos estabelecidos no Fórum Mundial de Educação em Dakar, Senegal, no ano de 2000. Os resultados mostram que muita coisa evoluiu, contudo, várias metas não foram alcançadas. Leia na íntegra os resultados.
Os avanços da educação no mundo em 15 anos
Confira os seis objetivos do Educação Para Todos com os resultados, positivos e negativos, alcançados:
1- Educação e cuidados na primeira infância
Positivos: Em 2012, 184 milhões de crianças estavam matriculadas na educação pré-primária em todo o mundo, um aumento de quase dois terços em relação a 1999.
Negativos: Apesar de as taxas de mortalidade infantil terem diminuído quase 50%, 6,3 milhões de crianças com menos de 5 anos morreram em 2013 de causas evitáveis.
2- Educação primária universal
Positivos: A razão das taxas líquidas de matrícula melhoraram significativamente, com aumento de pelo menos 20% entre 1999 e 2012 em 17 países, 11 dos quais ficam na África Subsaariana.
Negativos: Até a data limite de 2015, uma em cada seis crianças de países de renda média e baixa – ou quase 100 milhões – não concluiu a educação primária.
3- Habilidades para jovens e adultos
Positivos: Refletindo melhores taxas de transição e de retenção de alunos, a taxa bruta de matrícula no primeiro nível do ensino secundário cresceu de 71%, em 1999, para 85%, em 2012. A participação nesse nível educacional cresceu rapidamente desde 1999, no Afeganistão, na China, no Equador, no Mali e no Marrocos, tendo a taxa bruta de matrícula aumentado em pelo menos 25%.
Negativo: Persistem desigualdades na transição da educação primária para a secundária. Por exemplo, nas Filipinas, apenas 69% dos alunos das famílias mais pobres que terminaram a educação primária continuaram a educação secundária contra 94% dos alunos das famílias mais ricas.
4- Alfabetização de adultos
Positivos: Existem cerca de 781 milhões de adultos analfabetos. A taxa de analfabetismo diminuiu ligeiramente, de 18%, em 2000, para estimados 14% em 2015.
Negativo: A meta proposta em Dakar de reduzir o analfabetismo pela metade não foi alcançada.
5- Paridade e igualdade de gênero
Positivos: Houve progresso na diminuição de disparidades graves de gênero. Entre 1999 e 2012, o número de países com menos de 90 meninas para cada 100 meninos matriculadas na educação primária caiu de 33 para 16.
Negativos: Na África Subsaariana, as meninas mais pobres continuam a ser quem tem maior probabilidade de nunca se matricular na educação primária. Na Guiné e no Níger, em 2010, mais de 70% das meninas mais pobres nunca frequentaram a educação primária, contra menos de 20% dos meninos mais ricos.
6- Qualidade da educação
Positivos: A relação entre o número de alunos por professor caiu em 83% dos 146 países que disponibilizam dados sobre a educação primária.
Negativos: Em um terço dos países, no entanto, menos de 75% dos professores primários são qualificados de acordo com os padrões nacionais.
Progressos e desafios
A conclusão do relatório observou “muitos sinais de avanços consideráveis”. Estima-se que 34 milhões a mais de crianças tiveram acesso à escola pela primeira vez até 2015 em comparação com o que teria acontecido caso não existissem os objetivos de EPT.
“O ritmo rumo à educação primária universal acelerou, as disparidades de gênero foram reduzidas em muitos países e os governos têm aumentado o foco em garantir que as crianças recebam uma educação de boa qualidade”, afirmou o diretor do relatório, Aaron Benavot.
Apesar desses esforços, contudo, o mundo não conseguiu cumprir seu compromisso geral com a Educação para Todos. Milhões de crianças e adolescentes ainda estão fora da escola e os mais pobres e desfavorecidos são os que carregam o fardo dos fracassos na conquista das metas de EPT.
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